Categoria: Rivista Online - Edizione - Marzo 2015

O MSF Divulga:

 

Requerentes de asilo abandonados na Sérvia

 

Requerentes de asilo, refugiados e imigrantes que arriscaram suas vidas para chegar à Europa estão sendo deixados em florestas e edifícios abandonados na Sérvia em meio às temperaturas de um inverno rigoroso, sem alimentos ou abrigos suficientes, de acordo com a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF). As equipes da organização estão fornecendo itens de primeira necessidade e cuidados médicos urgentes a essas pessoas. Ao mesmo tempo, MSF está pedindo às autoridades sérvias e aos Estados-membros da União Europeia (UE) que ofereçam ajuda e proteção aos requerentes de asilo.

O regulamento de Dublin geralmente pede que requerentes de asilo entrando irregularmente na UE solicitem asilo no país de chegada ao continente europeu. No entanto, imigrantes e requerentes de asilo estão fugindo cada vez mais de condições precárias na Grécia e na Bulgária, atravessando a região dos Balcãs a caminho do norte da Europa. Segundo o gabinete de requerimento de asilo sérvio, cerca de 16.500 requerentes de asilo – principalmente vindos da Síria, do Afeganistão e dos países da África subsaariana – entraram na Sérvia em 2014, na tentativa de encontrar refúgio e condições de vida dignas no norte da Europa.

“Os Estados-membros da UE precisam reconhecer a consequência ultrajante de suas políticas e melhorar os procedimentos atuais de requerimento de asilo, condições de recepção dessas pessoas e falta de integração que estão falhando na assistência de milhares de refugiados e requerentes de asilo”, disse Stuart Alexander Zimble, coordenador de MSF na região dos Balcãs. “A Grécia, a Bulgária e a UE devem melhorar o acesso a procedimentos de requerimento de asilo e condições de acolhimento dos requerentes de asilo recém-chegados.”

Um sistema de requerimento de asilo ainda disfuncional na Grécia, que obriga pessoas que precisam de proteção a se submeterem a condições desumanas, está forçando-as a correr ainda mais riscos, utilizando redes de contrabando para deixar a Grécia em busca de melhor assistência e proteção. “A situação está tão ruim na Grécia que você não pode ficar lá como requerente de asilo”, diz um refugiado afegão que passou 18 meses em um centro de detenção na Grécia, depois foi para a Macedônia e em seguida para a Sérvia.

Na chegada a Sérvia, muitos requerentes de asilo descobrem que sua única opção é dormir ao relento, sob lonas plásticas ou em barracas improvisadas, apesar das temperaturas de inverno, que podem chegar a 20 graus abaixo de zero. Todos os dias, no vilarejo de Bogovadja, dezenas de requerentes de asilo esperam seus pedidos serem registrados. Nesse local, o gabinete de requerimento de asilo processa apenas uma quantidade determinada deregistros por dia, forçando as pessoas – às vezes, até mesmo mulheres grávidas e crianças – a esperar na floresta no entorno do vilarejo. Na cidade de Subotica, próximo da fronteira com a Hungria, os imigrantes abrigam-se em edifícios abandonados e em ruínas durante a noite. Alguns estão dormindo do lado de fora, escondidos nos campos, para evitar o encontro com a polícia.

MSF pede que os Estados-membros da UE, particularmente a Hungria, não forcem o retorno de pessoas nacionais de outros países à Sérvia. A Sérvia, com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), deve oferecer assistência adequada e proteção internacional aos requerentes de asilo, o que envolve também o aumento de sua capacidade de registrar e acomodar toda pessoa que solicita asilo em todos os locais de forma segura, amigável e eficiente.

Uma equipe de MSF tem conduzido clínicas móveis e distribuído kits com itens de primeira necessidade para pessoas vulneráveis em Bogovadja e Subotica desde dezembro. Os problemas de saúde mais comuns entre os imigrantes são resfriados, doenças respiratórias, e doenças de pele, principalmente devido ao clima frio e às condições de saneamento precárias.

“Em geral, eles não quase não tem roupas, estão vivendo em condições anti-higiênicas, sem poder tomar banho, e com muita fome”, diz o coordenador médico de MSF, Vasiliki Armeniakou. “Muitos têm lesões musculares e ósseas, graves dores no corpo, cortes, contusões e queimaduras, como resultado de dias de caminhada ou corridas pela floresta.”

- Veja mais em http://www.msf.org.br/noticias

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Síria: MSF pede que feridos sejam evacuados de Aleppo e que assistência humanitária seja ampliada

Bombardeios e combates intensos deixam civis encurralados e sem acesso à ajuda.

 

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) pede a todas as partes do conflito que facilitem a evacuação das pessoas que foram feridas nos confrontos dos últimos dias em Aleppo, no norte da Síria. Ali, a população está há meses encurralada pelos combates e por bombardeios aéreos.

Uma nova onda de famílias está fugindo da cidade rumo à fronteira com a Turquia, abrigando-se em casas de familiares ou em acampamentos para deslocados.

“Nós pedimos a todas as partes do conflito que permitam que a população busque refúgio em áreas seguras e que garantam a prestação de assistência humanitária”, diz Raquel Ayora, diretora de operações de MSF. “Esta crise humanitária, que já é grave, irá se deteriorar ainda mais se equipes médicas não tiverem acesso à região, e não há nenhuma forma de entrar com suprimentos. Estamos falando de dezenas de milhares de pessoas isoladas de qualquer tipo de assistência.”

Após o confronto entre as forças pró-governo e opositoras no dia 16 de fevereiro, 21 pessoas feridas foram admitidas em um hospital de MSF localizado próximo da fronteira com a Turquia. Outros 11 feridos chegaram a uma instalação da organização nos arredores da cidade de Aleppo.

Profissionais médicos do hospital foram forçados a evacuar devido à crescente insegurança na região. Antes da evacuação, sete pacientes foram estabilizados e transferidos para outros centros de saúde. 

“Nossa principal preocupação é que os confrontos bloqueiem a única via de acesso aberta entre Aleppo e a fronteira norte com a Turquia, o que torna quase impossível realizar serviços de ambulância e oferecer assistência médica e humanitária à população encurralada pela guerra no leste de Aleppo”, acrescenta Raquel Ayora.

Após a evacuação, trabalhadores médicos voluntários da região foram para o hospital prestar assistência de emergência aos feridos, um sinal da dedicação mostrada pelas redes de profissionais médicos da Síria.

Durante os confrontos, foi usada artilharia e helicópteros atingiram vilarejos e as linhas de frente de combate. Em Hayyan, na área rural de Aleppo, também houve relatos de, pelo menos, um bombardeio com barris, tática usada frequentemente pelas forças sírias no último ano.

Em 2014, as equipes de MSF que trabalhavam no hospital evacuado realizaram cerca de 16 mil consultas (entre elas, 6 mil no centro cirúrgico) e admitiram 410 pacientes.

MSF também está administrando um hospital próximo da fronteira com a Turquia, onde muitos deslocados estão em um acampamento que abriga mais de 15 mil pessoas. A presença de profissionais internacionais em projetos de MSF na Síria é extremamente limitada devido às restrições de segurança. Toda a equipe evacuada de Aleppo é de nacionalidade síria.

MSF continua operando instalações médicas na Síria, bem como apoiando diretamente mais de 120 clínicas, postos de saúde e hospitais em campo. A organização também está assistindo pacientes da Síria que fugiram para a Jordânia, o Líbano e o Iraque.

Veja mais em http://www.msf.org.br/noticia.

 

Ketty Bertoncini

Edizioni 2015